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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sobreviventes





Ainda que algumas vezes eu não tivesse o rendimento (oficial) esperado nos boletins, de uma ou de outra maneira me destacava em algo. É um "dispositivo de compensação" que a gente vai aprendendo a devolver/retribuir/para não virar os holofotes "negativamente" para evidenciar aquilo que você sabe que não "fez direito" (na visão dos outros, claro). 

E são pesadas as cobranças (no início, externas... depois isso fica por dentro, como um sinal de alerta interior que até poderá ser controlado, mas jamais eliminado). Principalmente, aos que não correspondem às expectativas (sejam de gênero, sejam de comportamento, não importa). 

Costumo dizer que alguns põem filhos no mundo para ter uma forma de passar a limpo fracassos/frustrações, ter uma nova chance de competir e vencer a disputa (autoimposta?) não conquistada lá atrás. E isso é muito cruel! Um amor torto disfarçado de zelo, preocupação... o tal amor incondicional de pai e mãe. Um mito. Não é amor, é tirania.

Por outro lado, não correspondendo às tais expectativas (família, amigos, sociedade etc.), o sujeito pega aquela marca/estigma/tenha o nome que tiver, e retrabalha isso internamente (de modo consciente ou não)... Como a Rose Marie Muraro disse em uma entrevista nos anos 1980, "a vivência do estigma te faz viver muitos opostos, te faz viver muito desamparo e te faz viver muita coragem, porque... ou você é obrigado a ter uma coragem maior que a dos outros... ou então você não sobrevive". 

Com isso em mente (e/ou na alma), Edu, personagem de um novo trabalho, joga com o próprio destino ao longo da trama. Se vai ou não se dar bem, é o de menos... mas seguirá em frente.

De família "boa", ele não é... Mas que tem excelentes padrinhos, disso não há dúvida!

"Bora" 2016!!!!!



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