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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Idas e vindas



Faz tempo... mas, ainda cursando Relações Internacionais, eu dizia: 
"Essa União Europeia não vai longe, nem Mercosul, nem coisa alguma desse tipo". 
E rebatiam em coro: 
"Que besteira! É o futuro!" 
Daí, eu me calava. 
Ora, nasci em uma cidade de fronteira (com a Argentina e o Uruguai). Quem nasce na fronteira, sabe que fronteira sempre será fronteira, nunca deixará de ser fronteira. E, dependendo da crise (sempre há tempos de crises – no plural mesmo), as fronteiras se tornam cada vez mais fronteiras. Muros são imediatamente erguidos e/ou abismos são cavados (invisíveis ou não). Cada um que fique no seu canto. E "dentro" desses "cantos", em tempos de crises (porque sempre vão e voltam esses tempos difíceis), não é raro que outras trincheiras e cercas sejam criadas para evitar que os "diferentes" se misturem de modo perigoso aos "iguais". 
Na verdade, não há "iguais" (nem em tempos de crises, nem nunca), mas muitos pensam que são parecidos. Assim, nessa ilusão/vontade de ser idêntico aos seus falsos pares, eles se sentem mais protegidos. Não, não estão. Nunca estiveram, nem estarão a salvo de nada quando a mentira impera. E todos ("diferentes" e "iguais") vão acabar pagando um preço muito alto por isso. 

Resumo da ópera (que pode parecer bufa no início, mas geralmente é bem trágica no final): Os "feudos" jamais deixaram/deixarão de existir.


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