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domingo, 23 de julho de 2017

"Deixe-me ir, preciso andar"*




Quando eu era pequeno, tentei fugir, quis muito ir embora com um circo. Até contorcionismo aprendi a fazer. E não era para ser artista, eu queria apenas aquela vida livre, não criar raízes nos lugares, ser andarilho, um nômade. Definitivamente, eu devia ter entrado para o mundo dos espetáculos itinerantes. Amo viajar. Detesto os regressos. Viajante sem viagens, comecei a contar histórias, andar por aí na imaginação – não por gostar de escrever, mas para tentar sossegar de um jeito meio capenga essa minha alma inquieta. Porém, o que me faz falta mesmo é essa outra parte: andar de verdade. Cada vez mais longe. Sem esse compromisso de voltar. Um dia, quem sabe, ainda crio coragem de jogar a mochila nas costas e botar os pés no mundo. “A vida é de queimar as questões”, escreveu o genial Antonin Artaud... Pois é, ainda tenho essa questão das andanças para tirar da lista das minhas pendências existenciais – que agora já nem são tantas assim. Envelhecer é parar de brigar com a nossa verdadeira natureza. Cedo ou tarde, ela aflora e nos domina. Se não cedermos logo, corremos o risco de viver/morrer pela metade, em dívida com o destino.

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* Título em homenagem ao grande Cartola, verso da música "Preciso me encontrar".



quinta-feira, 13 de julho de 2017

Lição do dia: "Ser ou não ser... cordeirinho"



Para preservar a tal “ordem e progresso”, o mundo precisa de cordeirinhos mansos, adestrados e obedientes. Só que não são os cordeirinhos que mudam a história. Na política, na religião, na ciência, nas artes, seja no que for, é preciso que surja um rebelde, alguém inconformado com o marasmo dos dias. Geralmente, esses revolucionários (tachados de “subversivos”) são perseguidos e eliminados o mais rápido possível para não contaminarem o rebanho com suas ideias que colocam em risco a tal “ordem e progresso”. Mais adiante (beeeem mais adiante), são idolatrados. Sim, esse é o preço de não ser cordeirinho. O sujeito pode mudar a história, mostrar outros caminhos melhores... mas vai morrer cedo e humilhado. Sempre foi assim. Sem dúvida, é bem mais fácil e menos perigoso ser cordeirinho.

Entendeu ou quer que eu desenhe? Bem,como não sei desenhar, coloquei esse outro aí, que busquei no Google (infelizmente, não encontrei o nome do autor). Acho que serve...