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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A cruz ou a espada?



Se o ensino particular, os convênios de saúde e os serviços de segurança lucram muiiiiiito com a precariedade dessas áreas, qual governo seria capaz de melhorar isso? Como enfrentaria o interesse dos empresários que ganham fortunas com tais “problemas sociais”? Será que a elite financeira gostaria mesmo que seus herdeiros frequentassem escolas públicas de boa qualidade ou seus membros entrariam tranquilamente em filas de postos de saúde com ótimo atendimento? Ora, se até em avião, que, caindo, todos morrerão igualmente, há vários espaços delimitados conforme a quantidade de dinheiro que os passageiros trazem no bolso (ou já de berço), talvez as escolas e os postos de saúde de excelente qualidade também criem separações, tipo: classe A, B... Z.

É ingenuidade acreditar que este ou aquele governo poderá mudar os poderosos mecanismos criados há séculos para manter a casa grande bem distante/separada da senzala. A madame pode até (por compaixão, altruísmo, fingimento etc.) batizar o filho da empregada, mas daí a trazê-lo para a mesa da família na ceia de Natal ou incluí-lo no testamento com os mesmos direitos dos seus filhos... isso é raro.


É nessa “esperança” (quase infantil) que os aproveitadores de plantão jogam sementes falsas e espalham soluções mágicas. Os mais afoitos caem facilmente na armadilha.


Nosso analfabetismo funcional e político, mais que um “problema social”, é uma estratégia de poder muito antiga. Vem desde que os primeiros colonizadores colocaram seus pés aqui e forçaram os nativos a entregar a sua terra (e tudo o que havia nela). Ah, não esqueçam que a cruz veio junto. Sempre a “fé” vem a tiracolo para ajudar a legitimar as invasões. Quando alguém diz “estamos fazendo isso em nome de Deus”, pronto: acaba a discussão... e estamos ferrados. Com “Deus” não tem como discutir. Nunca teve, por piores que sejam os seus “desígnios”. O mais curioso é que os castigos “divinos” sempre têm maior peso para o lado dos mais fracos e/ou daqueles que se dão conta de que tudo isso é uma grande farsa para nos manter no cabresto.



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