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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Pois é...





“Este ano passou voando, não?”

“E agora começa toda essa palhaçada de fim de ano...”


“Pois é... Mas que bom que passou rápido, porque 2017, pra mim e pra todo mundo, foi uma bosta.”


“Qual a novidade nisso? Tenho 83 anos, e sei que o Brasil sempre foi uma bosta. De vez em quando, enfeitam a coisa. Mas não adianta; bosta é bosta. O povo não tem memória, fala um monte de besteira por aí. E a gente se ilude porque é burro, mesmo.”


“Credo, não é bem assim...”


“Não? Primeiro, vieram os das caravelas: pra roubar e matar os índios. Mais adiante, a corte, a república... Todos só queriam meter a mão no que podiam. Aí, vieram os milicos, que meteram a mão na cara e nos bolsos de todo mundo, só que ninguém podia abrir o bico para reclamar. Deixaram um rombo, uma inflação absurda e um país atrasado. E agora apareceram esses outros safados. Metem até Deus no meio para ver se ganham um pouco de credibilidade. Pilantras. Todos fazem a mesma escola. Sempre foi assim.” 


"Pois é...”


Essa foi a melhor conversa que ouvi nos últimos tempos, ali, na fila dos Correios, quando duas idosas tentavam inutilmente quebrar a monotonia em uma agência abarrotada de clientes carrancudos que não desviavam os olhos dos celulares.



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