Não que eu abomine carnaval – nem poderia; tenho amigos e conhecidos que trabalham como carnavalescos, figurinistas, compositores, cantores etc. –, porém prefiro (cada vez mais) o silêncio, a tranquilidade e, principalmente, ficar sozinho no meu canto.
Eremita convicto, nem de música (em geral) eu gosto. E quando curto alguma canção, ouço baixinho e só.
Por isso, fico constrangido sempre que me convidam para ir a lugares com música ao vivo ou tocada em um volume acima do socialmente tolerável. Aliás, melhor que nem tenha conversa em voz alta ao redor – algo, aliás, que brasileiro adora fazer em locais públicos, ou seja, comer, beber e conversar aos berros! É quase nossa marca registrada.
Ora, se alguém me chama para conversar e me leva a um bar ou restaurante barulhento é sinal de que, na verdade, queria ouvir qualquer coisa, menos o que eu teria para lhe dizer. Sinto o mesmo quando, ao visitar alguém (coisa rara!), deparo com a televisão ligada na sala de estar. Se meu anfitrião deixou o aparelho ligado ou o ligou depois que cheguei, isso significa que minha presença não é bem-vinda naquele momento. Tudo bem, improviso uma desculpa qualquer, dou meia-volta e desapareço. É um direito de cada pessoa querer ou não receber visitas. Ainda mais a minha, que (tenho plena consciência disso!) não deve ser a coisa mais empolgante/excitante do mundo.
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