Hoje à tarde, estropiado, deparei com uma fábula antiga. Texto
“edificante” e, sei lá, acho que até meio “bíblico”. Era mais ou menos assim:
Um mestre e seu discípulo foram acolhidos por uma família em
um casebre caindo aos pedaços. Ali, havia apenas uma vaquinha cansada e muito
magra... Intrigado com aquilo, o mestre perguntou ao dono da casa o que ele
fazia para manter a mulher e tantos filhos naquele lugar no meio do nada.
O homem apontou para a sua vaquinha desmilinguida e disse,
conformado:
“Ela é tudo que temos nessa vida e nos dá o que precisamos:
leite, coalhada, queijo... Quando sobra, vamos até a cidade e trocamos por
outros mantimentos e até por alguns trapinhos.”
O mestre agradeceu a hospedagem e se retirou com o seu
discípulo. No caminho, ordenou:
“Volte lá e sacrifique aquele pobre animal, que já não
aguenta mais ser tão explorado!”
O discípulo, mesmo não concordando com aquele absurdo, fez o
que o mestre pediu.
Anos depois, ainda se sentindo muito culpado por ter feito
um mal tão grande, tanto para um bicho indefeso quanto para aquela família de
miseráveis, o discípulo resolveu voltar lá, carregando uma mala cheia de comida
e roupas.
Ao chegar, não encontrou o casebre, mas uma casa enorme, com
piscina e um grande rebanho de vacas que, de tão robustas, mal cabiam no pasto.
Avistando um homem muito bem-apanhado, perguntou se ele, por
acaso, sabia do paradeiro da antiga família que morava ali. Não naquela mansão,
mas em uma casinha muito humilde.
A resposta: “Sempre vivemos aqui. Éramos muito pobres, sim. Mas,
numa tarde, apareceu um velho que mandou matar a vaquinha que nos dava tudo.
Empurrados pela necessidade, descobrimos que podíamos ganhar a vida de outro
jeito. Arregaçamos as mangas, ficamos ricos.”
.......
Moral da história (by Felipe Greco): Jogue logo essa sua
vaca murcha no brejo, tome vergonha na cara e, em vez de ficar reclamando da merda
alheia, limpe a própria bunda e vá à luta, pô!
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