Ontem, depois de receber mais um
comunicado de aumento abusivo na tarifa de uma das contas bancárias (por ser empreendedor, sou forçado a ter, além da conta pessoal, mais duas em agências
distintas), liguei para a gerente de pessoa jurídica do Itaú:
— Mais um aumento? — perguntei indignado.
— Não posso fazer nada, senhor?
Sua tarifa já estava defasada.
— Como defasada, se aumentou em
janeiro? Eu já pagava, em média, sessenta e poucos por conta. Agora vai para
quase cem reais? Qual a justificativa? Sem falar que me ofereceram crédito
especial para a empresa, depois me cobraram trimestralidades de quase trezentos reais, além das tarifas mensais e os juros. Ou seja: oferecem o “presente”, mas a cobrança
vai junto, é isso?
— É o custo pelos serviços, senhor...
— Quais serviços? Não uso
agências, nem cheques... apenas o cartão e faço pagamentos pela internet...
Muito raramente, quando vou direto à agência, não há mais ninguém por lá,
somente um ou dois gerentes, três funcionários nos caixas e máquinas.
— Há um custo para o banco... Manter
os serviços gera despesas.
— Quando você vai ao açougue, à
loja ou ao posto de gasolina, lá há uma taxa mensal só para manter os serviços
disponíveis para o cliente? E em lojas virtuais, você paga mensalmente para ser
cliente?
Silêncio. Insisti:
— No seu salão de beleza, os
serviços não estão lá, sempre disponíveis?
— Não entendi, senhor...
— No salão, você paga para
continuar sendo cliente, mensalmente, ou apenas pelos serviços que utilizar?
— Pelos serviços, senhor...
— Pois é... Viu só como se explica
o lucro absurdo dos bancos brasileiros: mesmo sem trabalhar, eles recebem
mensalidades e outras taxas impostas aos clientes. Trocaram funcionários por
máquinas. Segurança e manutenção são terceirizadas. O sindicato de vocês foi aniquilado.
Amanhã, quando completar mais alguns meses de casa e começar a representar um
custo muito elevado para ser mantida (e até demitida) pelo banco, você será trocada por alguém mais novo e barato, por um vaso de planta ou por uma gravação idiota, com as mesmas falas que você acaba
de repetir para mim. Entendeu agora como funciona o jogo?
— O senhor quer fechar a conta, é
isso?
— Não, porque sou obrigado a manter
as contas. Sem contas, você e sua empresa deixam de existir. Por isso, talvez
eu passe aí amanhã para jogar uma bomba na sua agência...
— Senhor, esta conversa está sendo
gravada.
— Espero que esteja mesmo! Mande
uma cópia para a dona Milu, sua patroa.
— Quem?
Conversa encerrada. Ela nem sabia
quem era uma das maiores acionistas do banco para o qual trabalhava. Eu não tinha como levar adiante
uma discussão com alguém treinado para dar respostas prontas. É provável
que uma samambaia pudesse interagir melhor com os clientes do que aquela mocinha
adestrada. A verdade é que bancos nos roubam descaradamente, e NINGUÉM diz
nada. NADA! Banqueiros são agiotas
legalizados. Apenas isso. E, junto com os da Fiesp, são os verdadeiros "chefes" deste país. Por isso, continuem aí, batendo panelas; não dará
em coisa alguma. Presidente, governadores, prefeitos e todo o resto são paus-mandados.
Quem governa de fato o Brasil está em outra esfera de poder, longe dos
holofotes e faturando trilhões às custas de idiotas. Ou seja: nós!
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