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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Novos caminhos


Antes, na pressa (e ingenuidade) de quem era jovem e sonhador, eu me desdobrava em mil para que esse ou aquele projeto desse certo. Ficava frustrado quando nada acontecia. Hoje, apenas faço a minha parte da melhor maneira possível e deixo acontecer (ou não). Se não acontecer, vejo que não era mesmo para acontecer. E que bom que não aconteceu daquele jeito, no tempo, lugar e com as pessoas que eu imaginava ideais.

Nas noites em que meu pai e eu nos despedimos, mesmo sem querer, ele me ensinou mais essa... Ele, que também foi relojoeiro, me fez entender (aceitar) as engrenagens do tempo, que não são as mesmas dos relógios e calendários. Ao finalizar o conto livremente inspirado naquelas nossas conversas, encomenda do meu velho, de certa forma eu me despedia de um tempo que já não me pertence mais... também não tem muito sentido carregar comigo. Um escritor, no fundo, é um inconformado, um rebelde movido pela paixão de contar histórias, iludir, provocar. “Um bom texto é único e apresenta uma visão de mundo peculiar”, ouvi de uma amiga que é importante agente literária no exterior. Essa visão de mundo muito minha (e estranha para alguns), ainda tenho. A paixão pela escrita, não mais, e gosto menos ainda de tudo que envolve o universo dos escritores. Não é que tudo passe com o tempo, mas muita coisa vai perdendo o gás... se acomoda por dentro. Faz anos que não tenho mais a empolgação de antigamente com novos textos, livros e lançamentos meus. Acho que o Narciso interno do Felipe Greco (que é heterônimo, não pessoa real) foi domado. Melhor assim. E a vida seguirá por outros caminhos, outras curiosidades e novos desejos. 



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