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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Meu velho companheiro de guerra(s)

Hoje, meu pai, um cara fora do comum que me ensinou (entre outras coisas bacanas) a não ser hipócrita, fez 80 anos. 

Bem vividos!!!!


Projecionista em Uruguaiana, foi ele que me iniciou na arte de contar histórias. 


Recém-saído das fraldas, ia com meu velho "trabalhar" no cinema Carlos Gomes (e, se não me engano, também no Pampa)... Ficávamos juntos na cabine de projeção. Lá na frente, o público delirava com as histórias. Ali dentro, enquanto o pai cuidava dos rolos e do projetor, eu catava os fotogramas para montar o meu filminho em casa. 


Projetava nas paredes, com vela dentro de uma caixa de papelão. De modo precário, eu tentava contar novas histórias (e, óbvio, fui "autor" de alguns princípios de incêndio, que me renderam várias chineladas e castigos, mais da mãe do que do pai). Naquela época, injustamente, minha fama de incendiário foi maior que a do "cineasta" precoce. 


Mesmo assim, ele seguiu me mostrando essa maravilhosa (e muitas vezes ingrata) teimosia de imaginar histórias. No silêncio (até na raiva), nos entendíamos. Jamais ele quis mudar o meu jeito (esquisito, muito esquisito!) de ser ou questionou essa minha mania/necessidade de (muitas vezes) ficar sozinho. 

Distante fisicamente, porém sempre mais perto que muitos, daqui te mando minha gratidão e respeito. Feliz aniversário, pai!!!! Te amo, tchê!!!


     

Um comentário:

  1. Maravilhoso! Como é bom homenagear as pessoas mais importantes das nossas vidas.

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