Ontem, em um vídeo publicado por Maria Padilha, atriz que admiro muito desde nem sei quando... o texto que ela dizia (transcrito de entrevista da filósofa e poeta Viviane Mosé) me deu uma sacudida boa (principalmente agora que, depois de tantos fatos pesados que enfrentei em 2021, preciso finalizar um trabalho bastante visceral, com desabafos intensos/dolorosos das personagens).
A atriz falava de sofrimento, dos equívocos que nos levam a acreditar que ele não é bom.
Ora, não é questão de ser ou não bom, mas necessário.
Como bichos que precisam passar pelo sofrimento e pela dificuldade de romper e se livrar da casca antiga, que precisa ser descartada para que ele possa se tornar maior e seguir para um nova fase da vida, o sofrimento humano não precisa ser "curado", mas encarado como uma etapa natural da existência. "Cascas" internas que devem ser rompidas para que a pessoa se torne mais forte, melhor.
Encarar o sofrimento, entender o sofrimento para poder enfrentá-lo e vencer aquela dor.
Infelizmente, em vez de enfrentar nossas "dores" existenciais, psicológicas etc., preferimos partir logo para as lamentações inúteis. É imaturo isso, covarde. Ninguém suporta alguém que se queixe de tudo o tempo todo. Bom, talvez "ninguém" seja exagero, mas eu não suporto, não. Mando passear, me afasto. Todos nós ficamos alegres, mas isso passa e volta. Todos nós sofremos, mas isso passa... e, de vez em quando, volta. Olhando de fora, não dá para medir quem sofre mais ou quem sofre menos. A alegria, idem. Mas em maior ou menor grau, alegria e tristeza vão se revezando ao longo da vida de todos nós.
Estar vivo é isso.
Importante: falo de sofrimento, não de depressão, que é doença e tem tratamento.
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