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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Santa Eleonora

Não sei se ainda existe, mas no meu tempo a primeira escolinha era o jardim de infância. Tive uma professora chamada Eleonora. Doce. Serena. Acontece que ficou uma fera com a minha "mania" de fazer, durante o recreio, filmes imaginários de terror. 

Em um dia de chuva, "dirigi" um filminho de um monstro do pântano que puxava crianças pela perna. Daí, mascarado, arrastei um coleguinha pelas salas e corredores. Por engano, abri a porta e entrei na sala dos professores, que me olharam assombrados. O moleque, para se safar do castigo (estava com o uniforme branco imprestável), largou o papel de protagonista e começou a gritar, fingindo que tinha sido arrastado arbitrariamente. Sobrou pra mim, claro. E mais uma vez minha mãe foi chamada pela diretora. Minha mãe nem queria/precisava escutar o que tinha acontecido; ela sabia que a "culpa" só podia ser minha. Na escola ou em casa, sempre era.
 

Ali, encerrei a carreira de "diretor trash". Mudei de "ramo".

Para animar um pouco as tardes de desenhos e outras atividades repetitivas, meus grandes amigos de infância e eu, sempre que a professora saía da sala, começamos a "realizar" sessões espíritas com cadeiras e outros objetos em movimento na penumbra graças a fios de náilon. Meninas, embora adorassem participar daquilo, gritavam e faziam xixi na roupa. Quase fomos expulsos... Quase. Porém ficamos "comportadinhos". Coleção viva de cobras, aranhas e lagartos deixada de lado, montamos um "cirquinho inocente" no final do ano. Até contorcionismo aprendemos a fazer, sabe-se lá como.
 

Durante a apresentação, olhares de apreensão e desconfiança dos nossos pais, mas aplausos e orgulho da d. Eleonora... Ela deve ter sido canonizada, acho. Foi/é santa, sem dúvida! Ali,fez milagres com a "turminha do horror"!
 

Ahhh! Bom tempo aquele! Bem melhor do que jogar video game... Pena que grande parte das crianças de hoje desde cedo é treinada a (con)viver com jogos prontos, abandono, descaso e solidão.

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